Demetria
Um mês
depois...
— Obrigado
mesmo por ir comigo nesse jantar. — Joseph
me agradece novamente enquanto olha concentrado a estrada a sua frente.
— O prazer é
todo meu, meu amor.
— Já disse
que você está linda nesse vestido? — Ele pergunta com um sorriso malicioso
surgindo no canto dos lábios.
— Só umas
vinte vezes. — Respondo sorrindo.
— Você está
linda nesse vestido. — Ele segura minha mão e leva até a boca, beijando-a.
— E você
está muito sexy nesse terno. — Mordo o lábio inferior e admiro como a roupa
preta se molda em seu copo perfeitamente.
O luxuoso Violethold
Palace Hotel é o nosso destino nessa noite amena. Uma vez por ano a família
Pinkerton, dona da imponente e poderosa Voltlin & Pinkerton Company,
organiza um jantar beneficente e convida todas as companhias e empresas
associadas. Todos os fundos arrecadados são revertidos para instituições de
caridade.
— Esqueci-me
de te perguntar antes, como está indo Nina?
— Joseph quer saber.
— Ela está
surpreendentemente calma, a cirurgia foi marcada para semana que vem. —
Respondo.
Pobre Nina, ainda não acredito em tudo isso
que está acontecendo com ela. Quando ela e Ian
reuniram a família e contaram que Nina
tinha um tumor no útero e que precisaria operar, todos foram pegos de surpresa.
E quando ela chorando disse que como resultado ela poderia nunca conseguir
engravidar, todos ficaram em um silêncio pesaroso.
Naquele dia Sunny e eu finalmente entendemos o
motivo de Nina ter saído do
consultório chorando, acabou que nem precisamos falar com ela e admitir que
havíamos seguido-a. Ela mesma resolveu contar a verdade, e ainda bem que ela
fez isso, pois agora Ian e ela
voltaram a se dar bem.
— Coitado do
Ian, sei o quanto ele queria ter um filho com Nina. Ainda tem chance dela conseguir engravidar, não é?
— O tumor
pode deixar ela infértil, não é certeza, então eu diria que sim, ela ainda pode
engravidar. Tudo vai depender de como a cirurgia ocorrerá e do tratamento que
ela vai fazer depois disso.
— Queria
poder estar ao lado de Ian e
apoia-lo. — Joseph diz tristemente.
Encaro seu perfil, seus traços perfeitos e sua pele levemente dourada devido ao
forte sol texano. Não sobrou nenhum resquício da luta entre ele e Ian, ele
voltou a ser perfeito, e pelo que me parece, não há resquícios nenhum da briga
no coração de Joseph também. Tenho a
impressão que ele nem leva o ataque brutal de Ianem consideração, ele fala sobre meu irmão com saudades e
tristeza, nunca com raiva ou mágoa. E mesmo depois do que Ian fez com ele naquela noite, naquele celeiro, Joseph consegue se preocupar
genuinamente com meu irmão cabeça dura e teimoso.Já faz um mês que estamos
juntos abertamente, sem mais esconder e mentir, e tudo tem ido muito bem, devo
dizer. Nossas famílias já parecem estar acostumadas com a ideia de nos dois
juntos, as coisas voltaram ao normal, não é mais aquele choque e desconforto
quando alguém dos Jonas ou Lovato nos pegam aos beijos. Papai e Joseph até já saíram para um final de
semana de pescaria juntos, o que eu achei super demais. Não sei o que aconteceu
naquele final de semana, só sei que os dois voltaram unha e carne, desde então
papai parece idolatrar Joseph como
ele nunca havia feito antes, e Joseph
adora papai, sempre fala nele como se fossem bons e velhos amigos.
Já me passou
pela cabeça que talvez Joseph esteja
tentando colocar papai para substituir Ian, o que faz meu coração doer por ele,
apesar de também me deixar feliz que dois, dos três homens mais importantes da
minha vida, estejam se dando tão bem.
Mamãe também
quebrou o preconceito inicial contra nosso namoro e tem tratado Joseph muito bem. Denise me trata como uma filha muito querida, é até engraçado de
ver. Sempre que estamos sozinhas, ela me agradece por fazer do seu Joseph um homem feliz, isso sempre me
deixa envergonhada e emocionada ao mesmo tempo.
Nick, que ficou sabendo
sobre seu irmão e eu somente quando voltou da Lua de Mel, é o único que ainda
não se acostumou muito com a ideia, não que ele não nos apoie, porque ele o
faz, mas ele confessou que ainda acha muito estranho quando vê Joseph e eu nos beijando e nos
abraçando. Mas apesar da estranheza, posso ver a felicidade pelo irmão em seu
rosto.
— E como Ian tem te tratado? Ele continua te
ignorando? — Joseph pergunta com a
testa franzida.
— Não
completamente, mas não estou levando muito para o lado pessoal. Ele meio que
tem ignorando todo mundo depois da noticia do problema de Nina, ele tem cuidado tanto dela, é lindo. Esses dias ela estava
ajudando mamãe a carregar umas caixas pesadas, quando ele a viu fazendo força
saiu correndo igual a um louco e pegou a caixa dos braços dela. Depois brigou
com mamãe dizendo que ela não podia carregar peso. Mamãe e Nina riram da cara dele, Nina
disse: “Amor, eu tenho um tumor no útero, não uma criança. Posso carregar peso
normalmente.” É claro que Ian não
achou nenhuma graça.
— Nina parece estar levando toda essa
história de tumor muito bem. — Joseph
comenta.
— Parece que
os papeis se inverteram. No começo Nina
estava uma pilha de nervosos e era Ian quem
tinha que acalma-la. Agora Nina está
calma e confiante e Ian está todo
paranoico, ele fica vigiando todos os passos de Nina, cuidando pessoalmente de tudo que ela precisa. Fico feliz que
Nina tenha alguém para cuidar dela
nessa situação difícil.
— É, mas
quem está cuidando de Ian? Ele precisa de um amigo nessas horas, se ele me
deixasse eu podia... — Ele não termina a frase.
— Eu me
sinto péssima por vocês não serem mais amigos. Queria tanto que ele entendesse
e aceitasse nosso namoro.
— Eu também,
minha princesa, eu também.
— Acho que
talvez se dermos a ele mais tempo, talvez ele se acostume com a ideia e venha
atrás de você para pedir desculpas, aí tudo vai voltar a ficar bem. — Digo com
esperança.
— É, talvez.
— Joseph diz com um sorriso fraco,
tentando me passar confiança, mas falhando terrivelmente. Sei que para ele essa
amizade já está perdida, ele não tem esperanças de que Ian o perdoe.
— Eu queria
mesmo é que ele te pedisse desculpas. Ele não tem mais falado besteira para
você, não é?
— Não, não
tem. — Desvio o olhar para as luzes da cidade lá fora. Não posso permitir que Joseph veja a mentira em meus olhos.
Eu não quero
e nem tenho coragem de contar para ele que nas poucas vezes em que Ian vem falar comigo, ele se aproxima
apenas para tentar me envenenar contra Joseph.
Ele conta, mais detalhadamente do que eu gostaria, todas as coisas sórdidas do
passado de Joseph. Tenho que
ignora-lo e sair de perto, porque é doloroso demais.
É muito
difícil tentar afastar da minha mente as imagens das situações que Ian me descreve.
Sei que em
algum lugar da cabeça confusa de Ian, ele acha que está fazendo o que é melhor
para mim, mas me sinto horrível quando ele começa a me dizer que eu tenho que
me afastar de Joseph e procurar
alguém melhor, quando ele começa a me contar sobre as orgias e festas que Joseph deu na época da faculdade.
É difícil
olhar para seu rosto lindo e não me perguntar quantas foram. Mais de 50? Mais
de 100? Sempre que esses pensamentos me vêm à mente, tento bloquea-los com as
memórias que eu tenho do novo Joseph.
Aquele que é carinhoso, romântico, que me ama e é fiel a mim.
— Bom, não
quero ele falando merda para você. Se ele fizer ou falar qualquer coisa que nos
envolva, eu gostaria que você me dissesse, ok?
— Tudo bem.
— Respondo desconfortável, me sentindo péssima por estar mentindo para ele. Mas
será que algum bem resultaria em eu dizer para Joseph que Ian tem me
contado toda a sua vida sexual? Só iria constrangê-lo e servir para deixar um
clima estranho entre nós, sem contar que provavelmente ele iria querer saber o
que Ian me contou, e não sei se tenho
coragem de repetir tudo aquilo. É nojento.
— Já disse
que você está linda nesse vestido? — Ele pergunta rindo, aliviando a pressão
que a conversa sobre Nina e Ian havia posto no ar.
— Eu sei que
é difícil para você lembrar o que já disse ou não, sabe, por causa da sua
idade...Por isso vou relevar esse seu lapso. — Digo brincando. Joseph abre a boca surpreso o que me
provoca uma gargalhada.
— Você está
me chamando de velho, é? — Ele diz sorrindo. — Então você vai ver. — Ele enfia
a mão embaixo da minha coxa e começa a fazer cócegas na parte detrás do meu
joelho.
Solto um
grito na hora e tento ao mesmo tempo tirar sua mão e me afastar dele, o que
obviamente não dá por causa da maldita porta.
— Não, Joseph, você sabe que eu não gosto. —
Depois que ele descobriu o ponto onde eu mais tenho cócegas, tem sido uma
tortura.
— É isso que
quem me chama de velho recebe. — Ele diz e eu continuo me contorcendo e rindo.
— Pare, por
favor, você vai bater o carro...Joseph,
pare, você vai acabar matando nós dois. — Ele finalmente para, mas minhas
bochechas já estão doendo de tanto rir, ele volta a segurar o volante com as
duas mãos, rindo da minha cara.
— Idiota,
você fez eu amassar o meu vestido. — Digo e lhe dou um tapa no braço.
Alguns
minutos depois chegamos ao Violethold, assim que estacionamos em frente
ao hotel, um homem de terno abre a porta para mim, saio do carro tomando
cuidado com meu vestido longo e agradeço-lhe a ajuda.
Joseph entrega a chave
para o manobrista e logo ele some com o carro.
Joseph caminha até o meu
lado e me oferece o braço.
— Sabe, eu
vou ter sérios problemas para me concentrar em qualquer coisa hoje a noite que
não seja em como você está sexy com esse vestido. — Ele diz analisando meu
vestido longo e preto, elegante porém com um toque sexy, devido a fenda em uma
das pernas e a alça de um ombro só de tecido transparente. — Sorrio para ele e
encaixo meu braço no seu.
— Trate de
se comportar hoje à noite, ouviu?
— Tudo bem,
eu vou ser um bom menino, mas só se você prometer ser uma garota muito má
quando chegarmos em casa. — Ele sussurra para mim e meu corpo todo se arrepia
na hora.
— Você não
presta, Joseph Jonas, sabia disso? —
Meu sorriso denuncia o quanto eu gostei da sua proposta.
— Mas você
me ama do mesmo jeito. — Ele diz com um sorriso convencido.
— Amo mesmo.
— Respondo e ele me beija rapidamente nos lábios.
Seguimos
para a recepção do hotel, onde nos informam que o jantar está acontecendo no
salão principal. Chegando lá, temos que parar na entrada para informarmos
nossos nomes.
— Joseph Jonas e acompanhante. — O
segurança verifica se o nome de Joseph
está na lista e então nos deixa passar.
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