Percebendo
que ela não está mais por aqui, saio correndo para fora do prédio. Graças a
Deus consigo acha-la. Ela está tentando colocar as chaves na porta do carro, mas
posso ver que suas mãos tremem.
Vou correndo
até ela, desesperado para esclarecer o mal entendido.
— Demetria, espere, por favor.
Quando ela
escuta minha voz, se vira imediatamente, e sua expressão é um misto de raiva e
magoa.
— O que você
está fazendo aqui? Devia estar lá em cima com sua...Amiga. — Ela diz
fazendo uma careta.
Paro na sua
frente e me corta o coração ver seu rosto manchado pelas lágrimas.
— Você
entendeu tudo errado, me deixe explicar. — Imploro com o coração batendo a mil
por hora em meu peito.
— Eu entendi
tudo perfeitamente. Eu não estaria na cidade para te divertir então você achou
outra, não é? Tudo bem, se é isso que você quer, vá em frente. — Ela diz com
magoa e percebo que tenta se controlar para não chorar mais, mas seu lábio
treme e seus olhos se enchem com mais lágrimas não derramadas.
— Não, Demetria. Não é nada disso que você está
pensando. Ariana e eu não...
— Quer
saber? — Ela me corta, parecendo muito furiosa agora. — Eu achei que a gente
tinha combinado que seriamos exclusivos, mas acho que eu fui muito idiota de
achar que você se contentaria em ficar só comigo.
— O que?
Não, não Demetria. Me deixe explicar.
— Não tem
nada para ser explicado. Eu cansei disso, Joseph.
Eu cansei desse nosso lance, cansei de aceitar as migalhas da sua atenção,
cansei de me machucar e me iludir achando que algum dia você pudesse mudar, e
eu definitivamente cansei de sentir o que eu sinto por alguém como você, que
nunca vai corresponder aos meus sentimentos. — Ela está praticamente berrado.
Ela se vira para entrar em seu carro, mas eu a seguro pelo braço ainda me
sentindo tonto com suas palavras.
Ela disse o
que eu acho que disse? Eu imaginei a parte em que ela gritou e admitiu que tem
sentimentos por mim?
Ah meu Deus,
acho que não consigo respirar.
— O que você
disse? — Pergunto desesperado para que ela repita, mas ela não diz nada.
Seguro seu
outro braço e a puxo para perto de mim, aproximo meu rosto do seu e luto para
controlar essa onda de sentimentos que bate fortemente em mim, vinda de todos
os lados.
— O que você
disse, Demetria? — Minha voz sai mais
aguda devido ao desespero.
— Que eu
estou cansada do nosso lance. — Ela responde, apesar da raiva e da magoa ainda
estarem lá, sua voz vacila.
— Não, a
outra coisa, sobre sentimento. O que você quis dizer? — Falo rápido, minhas
palavras atropelando umas as outras. Preciso que ela repita, preciso saber se
eu imaginei aquilo, se eu interpretei mal suas palavras, ou se ela realmente
quis dizer o que eu acho que ela disse.
— Nada, não
foi nada. Agora não importa mais. — Ela diz aparentando estar um pouco mais
calma, mas as lágrimas escorrem livremente pelo seu rosto.
— Ah Demetria... — Sinto meus próprios olhos
lacrimejarem e o peso do meu amor por ela esmagar meu coração. Assim tão perto
dela, a única coisa que eu quero é beija-la e abraça-la tão apertado e nunca
mais solta-la. Eu não aguento mais isso. — Se você não tem nada a me dizer
sobre sentimentos, eu tenho. Eu estou cansado também, sabe? Cansado de mentir,
de guardar esse segredo. Eu não me importo mais se você não sente o mesmo, não
me importo com seu irmão ou nossas famílias. Eu simplesmente não aguento mais
guardar algo tão grande e poderoso dentro de mim, isso está me consumindo, eu
tenho vontade de gritar para o mundo todo ouvir.
— Do que
você está falando? — Ela me olha confusa.
— Eu te amo.
— Falo de uma vez. Seus olhos se arregalam e sua boca abre em espanto. Sinto um
alivio tão grande por finalmente admitir isso em voz alta, que um sorriso se
forma em meus lábios.
Afrouxo um
pouco o meu aperto em seus braços, já que ela não está mais se debatendo, e
puxo-a para mais perto, nossos corpos pressionados um contra o outro.
— Eu te amo
com todo o meu coração, com toda a minha alma. Eu te amo com todas as forças do
meu ser, com cada suspiro, com cada pensamento, com cada fôlego. Cada pedacinho
de você, eu amo por inteiro. Eu amo tudo o que você toca, tudo o que você ama,
tudo o que você pensa, tudo o que você é, eu amo o mundo só porque você está
nele. Eu amo você, Demetria, e não
quero ninguém além de você. — Sinto uma lágrima escorrendo por minha bochecha.
—Tudo o que está em meu coração e em meus pensamentos é você, você meu amor,
você e mais ninguém. E não quero que sejamos amigos com beneficios, que
tenhamos um lance ou nada disso. Eu quero você para mim e só para mim, eu quero
que você seja minha, quero ter um relacionamento sério com você como eu nunca
quis nada em toda a minha vida. Eu quero você, eu preciso de você. — Minha voz
falha, quase não consigo ver Demetria
e sua reação devido as lágrimas que agora escorrem livremente de meus olhos.
Mas ela parece chocada, isso eu posso garantir.
— Mas...Mas
eu...Eu achei que você não sentia esse tipo de coisa, e aquela mulher lá em
cima...Ela estava...
— Não é nada
disso que você está pensando. Ariana é a irmã de um amigo meu, amigo que aliás
está lá em cima também, ele veio me visitar e estávamos jantando. Ela derramou
vinho em seu vestido e eu lhe emprestei algumas roupas, só isso. — Limpo as
lágrimas de meu rosto com uma mão, mas continuo segurando-a por perto com a
outra, e então limpo suas lágrimas e aproveito para acariciar seu lindo rosto.
— E você
está certa, eu não sentia esse tipo de coisa. Não até pouco tempo atrás, não
até começarmos a nos envolver e eu me apaixonar perdidamente por você.
Ela começa a
balançar a cabeça e posso ver que está se esforçando para entender tudo o que
eu lhe disse. — Eu sei que você ainda ama Harry,
mas ele não presta Demetria, e se
você me der uma chance eu juro que eu...
— Eu não amo
Harry. — Ela me corta e diz com
confiança.
— Não? —
Pergunto. Agora eu que estou confuso. É claro que ela o ama, eu vi como ela
ainda se importa com ele.
— Não, eu
não o amo, Joseph.
— Mas...E
aquela noite, eu vi você sofrendo por ele, eu achei que...Você estava tão mal e
eu achei que... — Agora é a minha vez de não conseguir formular uma frase
decente devido à confusão.
— Não.
Aquilo que aconteceu, o modo como eu me comportei...Não teve nada a ver com o
que eu sinto por Harry, tinha a ver
com o que eu sentia. É complicado e não tem importância, o que importa
agora é que, eu não amo Harry, eu amo
você, Joseph.
Tudo bem,
esse deve ser mais um daqueles meus sonhos super realistas em que ela diz que
me ama. Não posso acreditar que seja real, tudo o que eu tenho sonhado há
semanas é ouvi-la dizer que me ama.
Ela
realmente disse isso? Meu Deus, não consigo falar, não consigo me mover, não
consigo nem respirar.
Tenho medo
de fazer qualquer coisa que possa me acordar
desse sonho. Eu não quero acordar,
quero ficar nesse lugar para sempre, um mundo de sonhos onde Demetria acabou de confessar que me ama.
— Você ouviu
o que eu disse? Você está me ouvindo, Joseph?
— Diga de
novo. Diga, por favor. — Seguro seu rosto com ambas as mãos e imploro com
lágrimas de felicidade transbordando de meus olhos. — Diga que você ama, por
favor.
— Eu te amo,
Joseph. Eu estou completamente,
perdidamente e irrevogavelmente apaixonada por você. E eu quero ser sua tanto
quando você quer que eu seja.
Ah meu Deus!
Sinto uma descarga tão grande de alivio, euforia e pura felicidade que sinto
meus joelhos vacilarem por um segundo.
— Ah Demetria. Você não sabe o quanto eu
sonhei em te ouvir dizendo isso, baby. Eu também te amo, muito, muito, muito. —
Digo-lhe e sem demora aproximo nossos rostos e junto nossos lábios.
Deixo que
toda a alegria e amor que estou sentindo passem de mim para ela, através de
nossos lábios.
Sinto tanta
paixão emanando dela quanto de mim mesmo. É tão mágico, tão puro, tão
verdadeiro.
Eu nunca me
senti tão bem e tão feliz em toda a minha vida. Sinto como se tivesse passado
todos esses 29 anos em um martírio, e agora estivesse finalmente livre.
Finalmente vivo.
Agarro Demetria e a espremo contra mim,
agarro-a, acaricio-a e a beijo freneticamente. E ela, tão igualmente
desesperada, me abraça forte e devora minha boca com paixão.
Quando
ficamos sem fôlego, nos afastamos somente o suficiente para deixarmos um pouco
de ar entrar em nosso pulmões e voltamos a nos beijar ferozmente.
E ficamos
assim não sei por mais quanto tempo, e sinceramente não me importo com mais
nada, nem com Frankie e Ariana me esperando lá em cima, nem com as pessoas na
rua, nem com as pessoas que não aprovarão nosso amor, nem com Harry e nem com ninguém.
A única
pessoa que importa é ela. Ela, e somente ela.
“Demetria me
ama, ela realmente me ama!”
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